V tomo das «Obras Escolhidas» de Álvaro Cunhal
apresentado no Porto

Compreender o passado,<br> construir o futuro

O salão da Co­o­pe­ra­tiva Árvore, no Porto, en­cheu-se para a apre­sen­tação do V Tomo das «Obras Es­co­lhidas» de Álvaro Cu­nhal, con­tri­buto es­sen­cial para a com­pre­ensão do pro­cesso re­vo­lu­ci­o­nário por­tu­guês.

A obra é um «guia» do pro­cesso re­vo­lu­ci­o­nário

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De­pois de Lisboa, foi a vez do Porto apre­sentar mais um vo­lume, o quinto, dessa im­por­tante ini­ci­a­tiva edi­to­rial que é a pu­bli­cação das Obras Es­co­lhidas de Álvaro Cu­nhal. Con­cluída que foi, no ano pas­sado, a edição das obras re­la­tivas ao pe­ríodo da re­sis­tência clan­des­tina, este V tomo é o pri­meiro que se de­bruça sobre o pe­ríodo re­vo­lu­ci­o­nário – mais pre­ci­sa­mente entre Abril de 1974 e De­zembro de 1975.

Nas pa­la­vras do di­rector das Edi­ções Avante! e autor do pre­fácio, Fran­cisco Melo, este vo­lume é um «ver­da­deiro guia do iti­ne­rário se­guido pelo pro­cesso re­vo­lu­ci­o­nário», ini­ciado no le­van­ta­mento mi­litar na ma­dru­gada li­ber­ta­dora de 25 de Abril – logo se­guido por um ir­re­pri­mível le­van­ta­mento po­pular de massas – e que se pro­longou até ao golpe de 25 de No­vembro do ano se­guinte. Os textos in­cluídos na obra, fun­da­men­tal­mente dis­cursos e en­tre­vistas, per­mitem com­pre­ender o pro­cesso re­vo­lu­ci­o­nário, «com os seus avanços e re­cuos, com as suas curvas di­fí­ceis e golpes re­ac­ci­o­ná­rios e com o rasgar de pers­pec­tivas exal­tantes de cons­trução de um re­gime de­mo­crá­tico a ca­minho do so­ci­a­lismo», acres­centou.

Na sua in­ter­venção, Fran­cisco Melo re­alçou ainda a pro­fun­di­dade da re­flexão de Álvaro Cu­nhal e do PCP sobre uma re­a­li­dade em cons­tante e rá­pida evo­lução e com sig­ni­fi­ca­tivas ori­gi­na­li­dades re­la­ti­va­mente a ou­tros pro­cessos re­vo­lu­ci­o­ná­rios. Para Fran­cisco Melo, o facto de ao le­van­ta­mento mi­litar dos «ca­pi­tães de Abril» se ter se­guido ime­di­a­ta­mente o le­van­ta­mento po­pular mostra que, «tal como Álvaro Cu­nhal apon­tara, era pos­sível unir vastas ca­madas da po­pu­lação numa base an­ti­mo­no­po­lista e an­ti­la­ti­fun­dista, con­fe­rindo à de­mo­cracia por­tu­guesa um con­teúdo so­ci­o­e­co­nó­mico e não me­ra­mente formal».

Lutar por Abril

Par­tindo do con­teúdo da obra para o pre­sente, Jaime Toga, da Co­missão Po­lí­tica, des­tacou a «ac­tu­a­li­dade e va­li­dade dos va­lores de Abril, bem como o papel in­subs­ti­tuível do Par­tido Co­mu­nista Por­tu­guês na cons­trução de uma al­ter­na­tiva capaz de re­tomar esse glo­rioso ca­minho de de­mo­cracia, pro­gresso e jus­tiça so­cial».

Para o di­ri­gente do PCP, o País «está a saque», com as pri­va­ti­za­ções de em­presas e sec­tores es­tra­té­gicos a agra­vara a sub­missão do País, ao mesmo tempo que os tra­ba­lha­dores e o povo são cres­cen­te­mente ex­plo­rados e em­po­bre­cidos. Mas, re­alçou, a re­vo­lução provou que «existe no povo por­tu­guês a força e as po­ten­ci­a­li­dades ca­pazes de su­perar as mais graves de­si­gual­dades, dis­cri­mi­na­ções e in­jus­tiças so­ciais».

Os va­lores de Abril, acres­centou Jaime Toga, «cri­aram pro­fundas raízes na so­ci­e­dade

por­tu­guesa», sendo «força, ins­pi­ração e exemplo». A po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda que o PCP propõe, parte in­te­grante da luta pela De­mo­cracia Avan­çada e o so­ci­a­lismo têm neles a sua re­fe­rência es­sen­cial.

Para o membro da Co­missão Po­lí­tica, quando os tra­ba­lha­dores lutam em de­fesa dos postos de tra­balho, dos di­reitos e dos sa­lá­rios e quando as po­pu­la­ções vêm para a rua exigir trans­portes pú­blicos e ser­viços de saúde o que estão a fazer, mesmo que disso não te­nham cons­ci­ência, é a «lutar por Abril».

 



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